4 de janeiro de 2011

Sem poesia


Quando deixaste o amor suspenso
num trémulo segundo de uma hora incerta,
tentei beijá-lo com a estrofe mais suave,
a mais singela e a mais perfeita,
para que não voasse.

Não sabia ainda que na tua alma já não vivia o verso,
nem que a minha vida deixara de ser poema.


Depois disso
o silêncio tornou-se um hino
e eu
um anjo aprisionado
na minha própria harpa.



22 comentários:

Mel de Carvalho disse...

Na suspensão de um tempo, e no canto de uma harpa, que contendo a partitura completa, apenas emana os sons mais sustenidos, minha amiga, se fazem os caminhos de uma vida, onde, a poesia é arte e som inolvidável de tão melodioso.

Que te posso dizer, João? Que és IMENSA... já to disse mil vezes...

Beijo e a minha eterna gratidão
tua fã!!!!
Mel

Lídia Borges disse...

Maria João, este texto toca a alma.

Quando a vida deixa de ser poema e a alma se mantém "de anjo", a poesia emergente não é coisa da terra, mas do céu...

Um beijo

Dulce AC disse...

"Depois disso o silêncio tornou-se um hino..."

Belíssimas estas tuas palavras.

E tu João és anjo e és ternura imensa na vida que sentimos em nós e que nas tuas palavras libertamos nos dias que vão acontecendo na nossa alma...
e isso Querida amiga não tem fim na gratidão que em mim sinto...

Mil e muitas benções para Ti e que este teu dia te traga uma alegria sem palavras que tanto tanto mereces...
Obrigada amiga..mesmo, Obrigada.

Dulce

Mariazita disse...

Querida amiga
Vim ler as palavras que me dirigiste nos comentários ao post anterior.
É verdade, amiga, há muito tempo (não sei quanto, mas "existias" há pouco tempo...)que visito esta tua tão acolhedora casa.
Foi um bom palpite, o daquela hora, pois não mais perdemos o contacto; umas vezes mais assíduas outras vezes menos, conforme a disponibilidade de tempo, mas sempre com a certeza de que «tu estás aí», a nossa amizade foi-se cimentando e hoje não tenho dúvidas que "veio para ficar" :)
Obrigada por existires.

O poema com que inicias este novo ano não foge à regra: é muito belo.

Renovo os meus votos de um 2011 excepcional de felicidade.

Beijinhos

Jaime Latino Ferreira disse...

MARIA JOÃO


Querida Amiga,

Mas que poema esse, o do silêncio tornado hino por um anjo aprisionado na sua própria harpa ...!

Um beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Janeiro de 2011

manuela baptista disse...

no silêncio de um detalhe mais que precioso

que apenas agora descobri!

eu quero ser a nota que desnota
o agitar do verso que sobrevive ao poema triste

a hora certa

porque se está suspenso
é amor ainda!

Maria João, grande, é o seu poema!

um beijo

manuela

AC disse...

Leio, releio, e em mim sempre aquela sensação duradoira de que, depois do dito - e que é muito - fica sempre tanto para fazer…
Talvez o anjo não saiba, mas a harpa é pequena de mais para a dimensão da sua alma.

Beijo :)

Rosa Carioca disse...

Ao ler, senti uma certa melancolia, mas uma melancolia leve, equilibrada, consciente e lutadora. Mais uma vez, adorei!

Agulheta disse...

Maria João.
Belo poema tocado por um anjo,mas qu fica na alma de quem o lê,gostei muito.
Um bom começo de Ano 2011 com saúde e tudo de bom.Beijinho

alma disse...

joão,

que te dizer deste momento que senti como uma adaga a infiltrar-se no peito.

e como entendo!

adorei o novo visual e a música imortal de Brell, que a fez após a separação.

bj

Andy disse...

entre anjos e harpas, o hino são as tuas palavras que colho com tamanha serenidade, na sua expressão que tão doce me encanta.

na música me embalo, na imagem me perco.

beijinho querida amiga!

João Correia disse...

Aos poucos, vou desfolhando as páginas da tua inspiração poética.
Um beijinho.

Professora Lu disse...

Por vezes algumas palavras me tocam tanto, que as lágrimas nascem da minha alma e caem dos meus olhos.... Foi isso que aconteceu ao ler hoje as tuas palavras...
Pura emoção...

A.S. disse...

M.João,

No silêncio da tua harpa, ouvem-se as mais belas melodias e a tua vida será sempre um doce poema!

É uma delicia sentir as tuas palavras!

Beijos!
AL

Nilson Barcelli disse...

A vida pode sempre recuperar o poema...
Excelente poema, querida amiga. Como sempre... já não sabes fazer por menos...
Beijos.

Branca disse...

Já passei algumas vezes por este poema e apenas me curvo, em silêncio...e saio.
Muito belo.
Beijinhos
Branca

Filoxera disse...

Lindo!
Muito bem conseguido.
E, por acaso, ao encontro do que sinto hoje...
Beijos.

Sofá Amarelo disse...

Os hinos nunca deverão ser entoados em silêncios aprisionados nas estrofes mais suaves e singelas!

E as harpas deverão dedilhar os versos dos amores suspensos!

Arnoldo Pimentel disse...

Muito lindo o poema,parabéns pelo blog, gostei muito de conhecer.Se puder visite-me,beijos.

ventosnaprimavera.blogspot.com

. intemporal . disse...

.

. des.rima a rima que não rima no verso que finda .

.

. ainda .

.

. um beijo .

.

Sol no Coração disse...

Olá amiga,

mais um belo poema!
Parabéns!

Beijinho de Sol*

Virgínia do Carmo disse...

Tão lindo, amiga...

Mas tu és poesia, e jamais serás "sem poesia"...

Outro terno beijinho e muitas saudades!