Quando urge reinventar
Todas as formas de vida possíveis
Para além do ruído surdo,
Louco e rouco
Das gargalhadas
De gaivotas e cigarras
E o mar,
É o cenário onde pousam os olhos
De um horizonte árido e solitário
A padecer de nome…
A morrer de fome…
Tomemos a liberdade nos pulsos
E chamemos o tempo escoado
Dos poros das coisas inertes.
Reconfortemo-nos no centro do peito
Lugar onde não existem asas quebradas
Nem voos impossíveis
Plantemos árvores
Que ouvem silêncios
E deixemos que nelas amadureçam os verbos
Enquanto os úteros, semeados de palavras
Germinam gestos
De quem ainda acredita
Na força das searas
Que brotam das terras cansadas
E da verdade dos afectos.