Nas gotas redondas de uma água não antes tão cristalina, bebeu a essência de ser, simplesmente, uma asa a voar no sentido do infinito. No centro de si, uma força contraía para o fundo da alma a razão de todas as coisas que se abraçam à misteriosa energia do amor.
Abriu o sorriso e sentiu-se singular.
Voltas? – perguntou em silêncio.
Mas não era de regressos que falava o encontro das mãos, mas sim da posição exacta das pétalas , quando se descobre a sintonia do universo.
Abraçaram-se.
Agarraram-se os dois à pele que, possuindo a mesma geometria, desfazia todas as névoas feitas de arestas irregulares e que restituía aos olhos, a circunferência pura do brilho dos cristais.
Humildemente,entregaram ao vento o que pensavam e souberam-se um imenso mar, irradiando nas ondas o idioma que as palavras desconhecem.
Nada mais simples foi preciso dizer, enquanto o ventre crescia de novo e os pássaros anunciavam a descoberta do enigma, contido na flor da vida.