Falas-nos do interior das pedras
e da rendição do vento quando o homem se ajoelha.
Falas-nos do coração dos astros
e da humanidade guardada dentro das sílabas.
Perfeita é a geometria dos lábios
e o instante é aquele que morre ou nasce
se quisermos.
Falas-nos da lava quente a cobrir-nos os ombros
Da vontade a rasgar-se do fundo da terra
e dos gestos que nos gelam
porque queremos.
Falas-nos das carícias de bruma
a seduzirem ilhas
e da vertigem do mar
que naufraga dentro das ondas.
Falas-nos de solidão e de silêncios
em silêncios.
Escreves-te alma
e bastaria ouvir o que dizes
para finalmente nos sabermos.