Descias ao fundo do rio
de olhos mirrados,
temendo o discurso dos peixes,
e a boca entreaberta
buscando um outro fôlego
na respiração lenta dos dias.
Do que de lá trazias
nunca me falaste,
mas bastava-me ver-te regressar
da pureza das águas,
[sereníssima]
retomando o caudal da tua vida,
para saber o sentido do canto
que entoava das tuas mãos de silêncio.
Foi assim que aprendi a depurar a mágoa
e hoje adoço de humanidade tudo o que digo.
[a dor, tal como tu, deixo às pedras confiada]