6 de abril de 2010

Singular modo de amar





No contorno fino dos teus lábios
Adivinho-te em palavras
Protegidas de outros verbos
Nuas, frias, lassas
À espera que das minhas, nasçam
Os milagres que te confortam.
Mas ouves leves cicios apenas,
Da alma que um dia cantou ao vento
Em fogo lento
E hoje é gélida ave sem asas
Sem penas
Presa à inevitabilidade do tempo.
Recuo pois, nas premissas
Nas certezas que me lastimam
E concluem o que não posso dar-te.
Beijo-te apenas
Sigilando no abismo do silêncio
Este meu singular modo de amar-te.


9 comentários:

Sofá Amarelo disse...

Quantas vezes o significado de um beijo tem o significado de uma ... Vida! E os singulares modos de amar não passam pelas regras nem pelas inevitabilidades do tempo, mas palavras protegidas de outros verbos ditas pelos lábios finos dos lábios de alguém...

Unknown disse...

Tão lindo e tão profundo, quantas vezes as palavras protegidas de outros verbos silenciam o verbo amar!

Beijinhos,
Ana Martins

Gisele Resende disse...

Amiga,

Há palavras no silêncio que nos dizem muito mais!

Singular. Único. Lindo!

beijinhos no coração,

Gisele

aapayés disse...

Después de mi ausencia es estupendo volver a leerte... me quedo como siempre por tu espacio..

Un gusto disfrutar de tus letras.

Un abrazo
Saludos fraternos..

Mariazita disse...

Amiga
Pode até ser um modo singular de amar... mas que importa?
Amar importa, sim, de qualquer modo!

A minha admiração pela tua poesia cresce à medida que a vou conhecendo. Já te tinha dito isto???

O teu poema é...fora de série!
Parabéns.

Beijinhos

Rosa Carioca disse...

Parece incrível que só sei dizer "lindo", com referência aos teus poemas...

NUMEROLOGIA E PROSPERIDADE disse...

Boa tarde, maria João.
belo momento poético.
FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja uma boa semana para você.
Beijo grande.
Saudações Educacionais !

Angela Ladeiro disse...

Amar tem muitas formas e todas importantes... Beijinho

Nilson Barcelli disse...

Percebo a singularidade do modo, a protecção nas palavras e a espera. E, especulando, o não colado à impossibilidade, ao alcance, no entanto, de um gesto menos tímido de quem ouve leves cicios apenas.
E, finalmente, percebo a qualidade deste poema. Gostaria de ter sido eu a escrever as tuas palavras. Ainda que não fosse tão redutor, pois deixaria a porta menos fechada nas conclusões...
Parabéns, querida amiga. Atingiste a excelência (não apenas com este poema). Tens que manter a fasquia...
Beijos.