27 de janeiro de 2012

Noites plangentes



Há noites que nunca mais amanheceram.
Noites em que todas as folhas caíram
Sem darmos conta.
Ficaram sós, os ramos
Entregues à agitação do vento
Com a memória a abraçar-lhes a alma.
Plangentes, essas noites
Vagueiam agora dentro de nós
Tão profundamente...,
Como seiva nas nossas veias
Embargadas de lágrimas,
Sem chão possível
Onde guardar
Todas as palavras
Que nunca foram ditas.




10 comentários:

Rosario Ferreira Alves disse...

e dessas noites que choramos pela vida nascem mantos que tecemos sob as pálpebras. e é com eles que fazemos balões de ar...

os teus mantos são poemas urdidos em com.paixão.
e
da dor unificada...nasce o Amor...

obrigada pelo abrigo nos detalhes.

um grande, enorme beijinho


Rosarinho

Daniel C.da Silva disse...

Isto está soberbo. está lindo. Ha tanto a dizer da noite mas ha tao pouco de poetico assim...

Um beijo amigo

Dulce disse...

a música na perfeição das tuas palavras..poesia que é vida nas noites que também fazem parte de uma vida..da nossa vida.

beijinho grande pelo que de tão belo nos entregas. obrigada..

dulce

Lídia Borges disse...

Amanheçam as noites na geada das mãos criadoras até se fazerem sol e chão de fecundos poemas.



Um beijo

Daniel C.da Silva disse...

Desejando apenas um bom fim de semana. Porque precisamos de arejar a alma em sois interiores e assim termos um pouco de paz. E obrigado pela presença amiga

Rosa Carioca disse...

Parece que descreve o meu estado de espírito.

antónio ganhão disse...

As palavras que não são ditas, que são abafadas são noites que nunca terminaram.

Branca disse...

Maria João,

Este é um belo momento de poesia.

As noites são as horas mágicas para tudo, mas também são boas conselheiras. Das lágrimas podem nascer flores e das palavras não ditas, novas formas de dizer.
Quando amanhecer e amanhece sempre, estaremos reconciliados com a vida.

Um grande beijinho.
Branca

Mar Arável disse...

´De noite rente às folhas que se desnudam as palavras que nunca serão ditas serão gestos de afectos
a vogarem pelo tronco das árvores pelos ramos o corpo inteiro sem impecilhos de pássaros

Bjs

Mel de Carvalho disse...

digo-te, minha amiga, da tangência dos olhos e dos silêncios
digo-te do quanto me tocam certos momentos
e, porque, por vezes, o que fica por dizer ecoa na eternidade a alumiar-nos passos,
sabes, sabemos, que os que amamos, são-nos em permanência.

beijo, querida joãozita. a minha admiração de sempre

Mel