29 de abril de 2011

Flor da Vida


Nas gotas redondas de uma água não antes tão cristalina, bebeu a essência de ser, simplesmente, uma asa a voar no sentido do infinito. No centro de si, uma força contraía para o fundo da alma a razão de todas as coisas que se abraçam à misteriosa energia do amor.

Abriu o sorriso e sentiu-se singular.

Voltas? – perguntou em silêncio.
Mas não era de regressos que falava o encontro das mãos, mas sim da posição exacta das pétalas , quando se descobre a sintonia do universo.
Abraçaram-se.
Agarraram-se os dois à pele que, possuindo a mesma geometria, desfazia todas as névoas feitas de arestas irregulares e que restituía aos olhos, a circunferência pura do brilho dos cristais.
Humildemente,entregaram ao vento o que pensavam e souberam-se um imenso mar, irradiando nas ondas o idioma que as palavras desconhecem.
Nada mais simples foi preciso dizer, enquanto o ventre crescia de novo e os pássaros anunciavam a descoberta do enigma, contido na flor da vida.



17 comentários:

Jaime Latino Ferreira disse...

MARIA JOÃO


Querida Amiga,

O que aqui escreve anuncia tudo de bom e imensa serenidade ...!

Algo me diz que devo ficar contente ...

Um grande beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 29 de Abril de 2011

Mel de Carvalho disse...

Minha doce amiga,
há nas entrelinhas de cada rua de água, como numa pauta, notas de silêncio que nos impõem a respiração do outro, o regresso ao ventre, e a vontade de abrir o corpo das palavras - esse, este -, em dádiva. Oferecermos ao universo o testemunho do quanto o amor nos engrandece...

Imensamente grata
Da beleza do texto? Ora amiga... farei de um todo para te ladear dia 14 e estar à altura da missão que tão generosamente me incumbiste... tentarei :)

Mel

AC disse...

Maria João,
A qualidade da escrita é intocável. Depois, quando ela lança aromas sobre o milagre da vida, a sensação de deleite é quase inexplicável...

Beijo :)

Lídia Borges disse...

Como quem lapida um diamante...
A palavra se faz vida em tuas mãos.

Um beijo

Filoxera disse...

O milagre da vida...
Bom fim-de-semana.
Beijos.

manuela baptista disse...

na singularidade

entre a posição exacta das pétalas e o soprar do vento

não sei onde aportar

volto não volto e cada história de amor só me faz acreditar!

um beijo

manuela

Branca disse...

Maria João,

Comovente esta tua escrita porque feita do milagre da vida, que se faz ventre em cada palavra, em cada silêncio, em cada abraço...

Fico feliz com esta linda hitória de amor.

"Souberam-se um imenso mar" e sê-lo-ão sempre porque é dele que nasce a flôr da vida.

Beijos
Branca

Dulce AC disse...

"Abraçaram-se..."

E não foi preciso mais nada
a flor da vida, pétalas em laço
e nas cores daquele silêncio,
a Vida deu-te...Tudo.

Sinto me feliz. Tão feliz, por Ti.

Lindíssimo João...
beijinhos grandes.

dulce

Sotnas disse...

Olá Maria João, desejo que tudo esteja bem contigo!
Que bela e agradável sensação é sentida ao ler tão belos escritos teus, tanto que ficamos sem palavras, mas nem precisa mesmo, só precisamos ler e sentir! Parabéns pelo belíssimo escrito, tão repleto de sentimentos de uma maneira sensivelmente suave!
Feliz pela tua visita, e comentário, eu desejo a você e todos ao redor muitas felicidades, grande abraço e até mais!

A.S. disse...

M. João,

Falar hoje no milagre da vida da forma talentosa e poética como tu o fazes é a melhor das homenagens que se podem prestar á MÃE...!!!


Um abraço!
AL

Branca disse...

Maria João,

Um muito Feliz dia da mãe para ti, num oceano de amor.

Beijinhos
Branca

Unknown disse...

Fabuloso Maria João, nem me atrevo a comentar, não quero beliscar tãp profundo poema.

Beijinho e Feliz Dia da Mãe!
Ana Martins

Sofá Amarelo disse...

A Flor da Vida é a geometria das mãos restituindo arestas cristalinas no sentido do infinito, onde a singularidade das pétalas anuncia "a descoberta do enigma, contido na Flor da Vida" :o)))

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Simplesmente emocionante...a seiva da vida em palavras.
Feliz dia das mães, embora atrazado, mas com carinho.

beijinho
Sonhadora

Mar Arável disse...

Do ventre

até à foz

Muito belo como sempre

sérgio figueiredo disse...

Maria João...

a singularidade das palavras dão-nos a possibilidade de as (superiormente) colocar em comunhão umas com as outras e, assim, terem o significado que lhes dá força expressiva, beleza e prazer de leitura... ou não.

aqui, apresentas uma, lindíssima, forma poética que requer (muita) sensibilidade para se desfrutar do prazer de uma leitura onde a tristeza (vida madrasta) é superada pelo sentimento (lindo) que se revela, denuncia,(homenageando) "amor", pelo ventre que deu/dá luz ao "enigma contido na flor da vida".

feliz dia da mãe (muito atrasado).

o meu Abraço

Mel de Carvalho disse...

Minha amiga, FAZ FAVOR de divulgares o teu Lançamento!!! Mereces que muitos o saibam e te acompanhem!

Beijo.

PS: Já reservei o meu lugar... :)E, claro, quero uma dedicatória!