24 de agosto de 2010

Da simetria dos olhos



Nada se acrescenta
a essa amplitude imensa
quando somos, contorno de sílaba desvairada
livre e solta
a soletrar um poema

Nada se perde ou subtrai
se chorarmos
ao inventar um rio abraçado ao mar
na pálpebra minha que protege a tua
de um sonho ainda por inventar

Tudo é tanto, aqui
na simetria dos olhos
onde esculpimos no pó, o cruzamento da alma
semente deixada ao vento
nosso alento, nossa calma
nossa vida a germinar
porque o amor é colheita
mesmo à mão de semear

Fts pessoais

16 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida
um belo momento de poesia, adorei.

Beijinhos
Sonhadora

Lídia Borges disse...

O rio que abraça o mar, a simetria dos olhos, onde tudo é tanto, a inspiração de musas de pedra e sal e um poema bordado na perfeição do contorno da sílaba...
Para além de tudo, a música na pauta do horizonte.

Beijo meu

aapayés disse...

Un aleteo vuelo por tu espacio es maravilloso..

Que tengas un lindo día..

Un abrazo
Saludos fraternos....

Rafael Castellar das Neves disse...

"Nada se perde ou subtrai
se chorarmos" Tem toda a razão...gostei!!

[]s

MCampos disse...

Um belíssimo poema, Maria João! "Tudo é tanto" quando se conseguem as palavras exactas para falar de 'amor'.

Um beijinho e resto de boa semana.

(estive ausente da blogosfera, por vezes faz falta...)

Nilson Barcelli disse...

"porque o amor é colheita
mesmo à mão de semear"
Magnífico, querida Maria João, o poema é excelente.
Bom resto de semana.
Um beijo.

MariaIvone disse...

Maria João
Cheguei aqui pelo "interioridades", passeei-me um pouco e gostei muito do que vi.
Além deste poema li o seu texto "na intermitência do voo" Achei a sua escrita deliciosa, ritmica e gostosa de ler.
Vou continuar!

Bjos
MariaIvone

Gisele Resende disse...

Amiga,


o que comentar... tudo lindo. Apenas sentir a leveza das palavras!

beijinhos no coração,

Gisele

manuela baptista disse...

quem pode seguir

com um dedo fino
o desenho de um olhar

de uma simetria perfeita

de outro modo
não seria
possível de sustentar

.

é soletrando choros
que a colheita é tanta

e o seu poema, Maria João

mesmo à mão de semear!

um beijo

Manuela

AC disse...

Que amplitude, que...
Maria João, o poema tocou-me tanto que, sinceramente, nem sei que diga.
Adorei!

Beijo :)

. intemporal . disse...

.

. e aqui se colhem vontades,,, semeadas há tanto no pranto e no es.panto .

.

. aqui,,, no teu canto de en.canto .

.

. um bom.fim.de.semana .

.

. maria joão .

.

. um beijo meu .

.

. paulo .

.

Jaime Latino Ferreira disse...

MARIA JOÃO


Boa Amiga,

Na simetria dos olhos, quem me garante que, sem o saber, o que vejo de Ti não seja o Teu simétrico ...!?

Bonito poema!

Um beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Agosto de 2010

Branca disse...

Maria João,

Aqui chego cheia de pena pelas leituras que aqui tenho perdido por estes dias em que a vida me tem levado por outros caminhos que não os da blogosfera e mesmo quando tento passar a disponibiliddae mental e física tem-me abandonado.

Hoje tenho tentado recuperar e vir trazer beijos e saudades aos amigos que não tenho podido visitar.

Ontem tive cá familiares de Esposende e logo, logo que passe esta fase complicada fiquei de os visitar, quem sabe poderemos tomar um cafezinho naquele sítio onde não arrumam as mesas, mas vamos nós arrumar a nossa, :))

Deixei de propósito para o fim a apreciação do poema, porque dar-lhe os parabéns é pouco quando o que aqui se escreve em prosa e em verso é sempre tanto.
Gostei muito destes versos a germinar tanto amor para colher...

Beijinhos
Branca

O Profeta disse...

Só, sou ilha plantada no Oceano
Açoitada por ventos de paixão
De manto verde me deito em seu colo
Esperando descobrir na bruma o rosto da contradição

Descobri uma singela e simples coisa
No meio daquilo que pensei ser mágoa
Que depois de separar o sal de uma lágrima
Ficou este ser feito de...Agua...


Doce beijo

Braulio Pereira disse...

belo poema adorei..

beijo e poesia!!

Sofá Amarelo disse...

As coisas simples estão sempre à mão de semear, e o amor simples e verdadeiro é colheita farta se dele soubermos cuidar...