11 de setembro de 2012

Dança de renúncias





Este é o tempo de envelhecer árvores
Há no chão o reboliço das folhas que se despedem
Vão com o vento, expulsas de ramos e raízes
E embora cansadas, secas e tristes
Giram sobre si a cortar silêncios
Assim se elevam em cada fim de tarde
Deste tempo de envelhecer árvores
Numa persistente dança de renúncias.  



13 comentários:

Virgínia do Carmo disse...

O teu poema rima com o outono da alma. Até o outono poder ser belo. Assim tão belo.

Beijo enorme

Lídia Borges disse...

Renunciar - um verbo de envelhecer?!... Talvez, ainda que, mesmo as folhas mortas, sejam húmus a uma nova primavera.

Beijo

Daniel C.da Silva disse...

Só para dizer quão belo é o poema e por isso quando mais escrever sobre ele, menos belo se tornaria na cirurgia das minhas palavras.

Gosto imenso do Outono, mas Setembro é já, há alguna anos, um mero prolongamento do próprio Agosto, ultimamente menos quente que Setembro.

AS folhas amarecelecem e ha quadros bonitos enviesados com um calor que nao se queria assim...

Gosto da música de fundo e repito da beleza do poema.

BJ amigo

Rogério G.V. Pereira disse...

Se olhares para mim
Não me verás assim
Minha folha é perene
Persistente
Como a Minha Alma
Avessa ao fluir das estações
Avessa a todas as renúncias

Olha para mim
Árvore que se quer vestida

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Hoje passando para oferecer o meu selinho de 3 anos de blogue,uma fatia de bolo e uma taça de champanhe e agradecer o vosso carinho que foi o que me fez chegar aqui.


Um beijinho com carinho
Sonhadora

Cris Tarcia disse...

Que poema lindo! É a vida, que vontade de sentar neste banco e sentir o vento, aceitar o meu tempo.

Beijos

alexandra disse...

Lindo, lindo, Maria João! Adorei... Beijinho enorme.

Bergilde disse...

Por alguns instantes parei observando a sua slidebar e percebí algumas semelhanças de gosto nos detalhes:)Do post-acredito que em toda grande mudança há renúncias e a natureza com seus ciclos é prova disto.Abraços,

BL disse...

"Este é o tempo" de ser estrada de outono
redemoinho de ocre e asfalto
a sonhar memórias de poentes.
"Este é o tempo" de ser folha solta
a erguer-me de mares de tempestade.

Já te disse que adoro a tua escrita? :)

Beijinho, Maria João. Bom fim de semana :)

Rosa Carioca disse...

É o ciclo da vida, feito de renúncias...

Maria João Mendes disse...


o tempo de mudança
este é o Tempo.

gosto da tua poesia,

muito bela!

Beijo

AC disse...

As folhas soltas são inspiradoras, com o senão de lembrarem efémeras borboletas, mas de uma só tonalidade. Mas sempre sinais a reter, esvoaçares divagadores de fim de tarde...

Beijo :)

Sofá Amarelo disse...

Este é o tempo das folhas em fim de tarde, onde os silêncios dançam num persistente reboliço de vento...