5 de março de 2009

Amarga ficção

Visto-te de negro e cinza
Esfumado num esgar de dor
Dispo-te depois sem pudor
De todas as almas de todos risos
E ergo bandeiras brancas
Lançadas ao vento para meu orgulho
Porque já estou só...


No deserto em que te transformo
Não existem memórias nem gritos
Apenas terra e pó, pó e vento
E nem isso eu lamento
Porque já nem sei o que sou
Já não sei o que espero
Não sei para onde vou
Nem sei o que quero.
**

3 comentários:

daniel milagre disse...

Maria João

Hum!... De facto, apesar de um certo negativismo, é interesante pensar no que está escrito, no belo texto.
Daniel

José Quintela Soares disse...

Lembrou-me Régio:

"Não sei para onde vou, não sei por onde vou. Sei que não vou por aí".

Bonito texto.

Nilson Barcelli disse...

E quantas vezes isso nos acontece...
Magnífico poema.
Beijo.