6 de agosto de 2011

Uma história dentro de outra história



No corpo protejo o voo
de um pássaro rubro
 por um fio de luz desenhado
que dia a dia, passo a passo
conquista o que nunca tem
como deveras conquistado.

Sofre e sangra porque é carne
igual em toda a humanidade
e se sabe tão diferente
dentro de toda essa igualdade.

Um dia, será apenas
grão de pó errante
fragmento de memória
principio e fim, linha finita
névoa desfeita sem glória
como a rima dentro desta escrita,
uma história, dentro de outra história.



10 comentários:

Lídia Borges disse...

"Névoa desfeita sem glória"
Talvez não!
Glorioso
é aquele que [se] escreve
com o coração na mão.

Sabes como a tua escrita me encontra, como nela me encontro...
Grata, por isso!

Um beijo

Jaime Latino Ferreira disse...

MARIA JOÃO


Querida Amiga,

Um dia
sem a protecção do corpo
prisão numa prisão aprisionada
o pássaro voará como nunca


Beijinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 6 de Agosto de 2011

antonio ganhão disse...

Entre pó e pó somos essa história possível... névoa desfeita sem glória.

Cris Tarcia disse...

Adorei! Beijos

Evanir disse...

Poeta Amiga..
Um dia tudo volta ao pó só ñ voltara as obras que deixamos construida.
E as suas obras são belissimos poemas que ficara no coração e mente de todos.
Uma linda tarde de Domingo beijos ,Evanir.

Rogério G.V. Pereira disse...

Dentro de um poema
cabem numa história
as histórias que eu quiser
Assim:
me vejo pássaro rubro
protegido por teu corpo
voando através da névoa
reconstruída
anunciando um novo Homem
e uma nova vida...

Branca disse...

Maria João,

Vou passando por este poema e hoje guardei um tempo só para ti, para estar aqui, para apreender esta história dentro de outra história, que me prendeu em cada verso.

Deixo o meu beijo de carinho.
Branca

Mel de Carvalho disse...

João, sabes distante e perto de todas as tuas palavras. Sabes que, sem tempo meu, quando "outros valores mais altos se levantam", a leitura se recolhe, filtrada, mansa, dentro das algibeiras de um Agosto que me acrescenta a falar "dialectos da terra" na certeza de que somos caminho e pó. Obrigada, amiga.
Um beijo, o meu carinho, e boas férias.
Mel

Rosa Carioca disse...

Mais um lindo e suave poema!

Smareis disse...

Que lindo poema, tão suave que encanta a alma.Um abraço !

Smareis