26 de maio de 2009

Essências...



" Todas as acções fruto dos seres humanos, e não apenas as ligadas ao seu relacionamento, têm como base o amor ou o medo. Decisões que afectam os negócios, a industria, a política, a religião, a educação dos jovens, a agenda social das vossas nações, as metas económicas da vossa sociedade, opções envolvendo guerra, paz, ataque, defesa, agressão, submissão; resoluções ambiciosas ou despojadas, de amealhamento ou partilha, de união ou divisão - toda e qualquer opção livre que venham a tomar resulta de um dos dois únicos pensamentos que existem: um pensamento de amor ou um pensamento de medo.
O medo é a energia que contrai, fecha, isola, foge, esconde, amealha, faz mal.
O amor é a energia que expande, abre, liberta, fica, revela, partilha, cura.
O medo envolve os nossos corpos com roupagens, o amor permite-nos andar desnudos. O medo pega-se e agarra-se a tudo o que temos, o amor despoja-se de tudo isso. O medo cerca-nos, o amor enlaça-nos. O medo prende, o amor liberta. O medo infecta, o amor alivia. O medo agride, o amor apazigua.
Qualquer pensamento, palavra ou acção humana assenta numa destas emoções. Nada podes fazer quanto a isso pois não tens outras hipóteses de escolha. Mas o teu livre arbítrio permite-te escolher entre as duas.


Dito assim parece tão fácil e no entanto, no momento da decisão, o medo vence mais frequêntemente. Porquê?


Ensinaram-vos a viver com medo. Falaram-vos da sobrevivência dos mais aptos, da vitória dos mais fortes e do êxito dos mais espertos. Muito pouco se fala do triunfo dos mais afectuosos. E, por isso, esforçam-se por serem os mais aptos, os mais fortes, os mais espertos - de uma forma ou de outra - e se, numa dada situação, se vêm como algo menos do que isso temem vir a perder, pois disseram-vos que ser menos é ser-se vencido. E por isso, claro, escolhem a acção movida pelo medo, pois foi o que vos ensinaram. "



Neale Donald Walsch in " Conversas com Deus"


17 de maio de 2009

A gentileza de ver para além de olhar...


A cena passou-se num qualquer dia, a uma hora matinal, daquelas em que raramente existem lugares sentados disponíveis em qualquer meio de transporte público.

Clara apanhou o Metro religiosamente à mesma hora e como sempre, ficou de pé. Já estava habituada.

Tinha aprendido a gostar daquele equilíbrio instável, sentia-se suavemente embalada pela carruagem e era assim que durante os quarenta minutos que durava a sua viagem, se entretinha a observar aqueles que viajavam consigo.

Os rostos habituais, alguns mais cansados que no dia anterior e rostos diferentes, absortos nos seus próprios pensamentos e alheios ao que se passava em redor.

Pessoas tão diferentes, fisicamente tão juntas ali, por breves minutos, mantendo o anonimato das suas vidas. Que vidas? Que preocupações? Que sentimentos? Que pensamentos?

Pessoas tão distantes umas das outras!

As portas da carruagem abriram-se de par em par e entre mais de uma dezena de pessoas, entrou alguém com idade suficientemente avançada, para ser notada. Mas não foi.

Clara olhou à sua volta, para as pessoas que estavam sentadas. Os rostos continuavam lá, mas os olhares estavam ausentes, como que acometidos por uma espécie de transe matinal que lhes mantinha a sonolência nocturna.

A carruagem recomeçou a sua marcha e naquele solavanco, a idosa senhora agarrou-se ao braço de Clara, pedindo-lhe desculpa por tão atrevido, mas absolutamente necessário gesto, para se manter de pé. Clara sorriu-lhe e disse-lhe que não fazia mal, que podia continuar agarrada ao seu braço.

Algumas pessoas olharam para elas, como se romper o silêncio fosse como infringir uma qualquer lei , punível com o olhar. Mas rapidamente voltaram ao estado apático inicial.

Clara achou que era o momento, inspirou fundo e deixou que a indignação tomasse conta do discurso…

“ Alguém terá a gentileza de se levantar um pouquinho mais cedo do que o habitual e dar o seu lugar a esta senhora, que já utilizou as pernas durante mais anos que qualquer um de nós?”

Os rostos viraram-se todos em sincronia, para Clara e depois para a velhinha. Os olhares tinham aquela expressão de quem é tomado por surpresa com o entoar de um trovão.

Um senhor logo se levantou, como se o despertador tivesse acabado de tocar, e a velhinha agradeceu a gentileza e lá se sentou no seu lugar, não antes de ter apertado o braço a Clara. Um sinal, um obrigado.

E tudo voltou a ser como havia sido, dez minutos atrás, a uma hora matinal de um dia entre outros, igual.




12 de maio de 2009

Ser Enfermeira

Ser enfermeira foi primeiro um apelo, a necessidade interior de cuidar do outro.
Depois foi luta, determinação, aprendizagem. Saber da ciência e da arte de assistir o ser humano.
Ser enfermeira, hoje é a minha vida, ou grande parte dela.
Sendo enfermeira eu aprendi mais sobre mim cuidando de quem precisa.
Sendo enfermeira eu evoluí como pessoa. Para dar é preciso ter.
Minorar o sofrimento de quem cuido é para mim uma missão. Uma fonte de energia.
Promovendo a vida dou sentido à minha existência.
É este o meu compromisso!


12 DE MAIO
DIA INTERNACIONAL DO ENFERMEIRO


Cuidar é actuar sobre o poder de existir, é possibilitar a libertação das
capacidades de cada ser humano para existir, para viver, cuidar é
definitivamente uma forma de promover a vida (Coliére, 1993).


9 de maio de 2009

Mensagens em flor



Algumas das tuas flores são recados

Chamadas de atenção

Outras das tuas flores são sorrisos

Mensagens do coração


Doces favos de mel

Em recortes de papel





Algumas das tuas flores, são "obrigados"

Carinhos assim desenhados

Beijos de lápis de cor

Todas as tuas flores são bordados

Dos sonhos que trazes guardados

Sinais de alegria e amor






Nota : As flores são da autoria da minha sobrinha Inês de 4 anos, também ela uma flor. Ao presentear-me com eles, ela dá ainda mais côr à minha vida.

4 de maio de 2009

Poema na areia

Grãos de areia escrevem estrofes

Guiados por mãos de arte delicada

Pinturas de tudo e de nada

Alma cheia e fantasia

Porque também assim se faz poesia

3 de maio de 2009

À minha mãe!

Rasgando a vida com determinação
Na humilde sede de existir apenas
Grandes foram as tuas coisas pequenas
Enorme foi o teu coração




A memória de ti é o meu segredo
Tudo o que sou e para onde vou
Tudo o que tenho e de onde venho
A ti o devo!