
" Todas as acções fruto dos seres humanos, e não apenas as ligadas ao seu relacionamento, têm como base o amor ou o medo. Decisões que afectam os negócios, a industria, a política, a religião, a educação dos jovens, a agenda social das vossas nações, as metas económicas da vossa sociedade, opções envolvendo guerra, paz, ataque, defesa, agressão, submissão; resoluções ambiciosas ou despojadas, de amealhamento ou partilha, de união ou divisão - toda e qualquer opção livre que venham a tomar resulta de um dos dois únicos pensamentos que existem: um pensamento de amor ou um pensamento de medo.
O medo é a energia que contrai, fecha, isola, foge, esconde, amealha, faz mal.
O amor é a energia que expande, abre, liberta, fica, revela, partilha, cura.
O medo envolve os nossos corpos com roupagens, o amor permite-nos andar desnudos. O medo pega-se e agarra-se a tudo o que temos, o amor despoja-se de tudo isso. O medo cerca-nos, o amor enlaça-nos. O medo prende, o amor liberta. O medo infecta, o amor alivia. O medo agride, o amor apazigua.
Qualquer pensamento, palavra ou acção humana assenta numa destas emoções. Nada podes fazer quanto a isso pois não tens outras hipóteses de escolha. Mas o teu livre arbítrio permite-te escolher entre as duas.
Dito assim parece tão fácil e no entanto, no momento da decisão, o medo vence mais frequêntemente. Porquê?
Ensinaram-vos a viver com medo. Falaram-vos da sobrevivência dos mais aptos, da vitória dos mais fortes e do êxito dos mais espertos. Muito pouco se fala do triunfo dos mais afectuosos. E, por isso, esforçam-se por serem os mais aptos, os mais fortes, os mais espertos - de uma forma ou de outra - e se, numa dada situação, se vêm como algo menos do que isso temem vir a perder, pois disseram-vos que ser menos é ser-se vencido. E por isso, claro, escolhem a acção movida pelo medo, pois foi o que vos ensinaram. "
Neale Donald Walsch in " Conversas com Deus"