Falas-nos do interior das pedras
e da rendição do vento quando o homem se ajoelha.
Falas-nos do coração dos astros
e da humanidade guardada dentro das sílabas.
Perfeita é a geometria dos lábios
e o instante é aquele que morre ou nasce
se quisermos.
Falas-nos da lava quente a cobrir-nos os ombros
Da vontade a rasgar-se do fundo da terra
e dos gestos que nos gelam
porque queremos.
Falas-nos das carícias de bruma
a seduzirem ilhas
e da vertigem do mar
que naufraga dentro das ondas.
Falas-nos de solidão e de silêncios
em silêncios.
Escreves-te alma
e bastaria ouvir o que dizes
para finalmente nos sabermos.
21 comentários:
Maria João,
Bastaria tão pouco para nos sabermos e tu soubeste dizê-lo tão bem!
Este é um dos teus mais lindos poemas!
Beijos
Branca
MARIA JOÃO
Querida Amiga,
Do que nos falas
nos embalas
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Outubro de 2011
Claro que o que escreves merecia mais que um sorriso...
:-))
Lindíssimo.
O mar a naufragar dentro das ondas é uma imagem poderosa.
Os silêncios ditos em silêncios, parecem ser a única possibilidade de se dizer verdadeiramente o silêncio.
E, em certos amanheceres, a vida se acanha porque são maiores e mais belas as palavras que a vestem.
Beijo, querida João
Muito belo e tão simples.
Como se só isso não bastasse para atingir o essencial?
Parabéns
Beijinho
Sofia
Amiga João
É sempre tão grande a beleza dos teus versos que muitas vezes fico sem fala!
Este poema, por exemplo, é tão bonito que é difícil não dizer - é o mais bonito que escreveste.
Contudo, isso não seria justo para com TANTOS outros que já escreveste, igualmente belos.
A verdade é que gosto muito da tua poesia, tu sabes...
Também eu tenho andado (e continuo) envolvida com outros projectos, e quase me tenho limitado a retribuir as visitas recebidas. O tempo não estica :)))
Continuação de boa semana. Beijinhos
Escreves-te alma..
E nela a vida senta-se perto e
um pequeno detalhe sou e nele dou-me.
Um beijinho grande de saudade.
Que bom foi vir até ti Querida João.
Dulce
bastaria, talvez
mas ouvimos mal ou não sabemos ouvir ou em fala calamo-nos
como no instante em que morremos tanta vez
um beijo
manuela
O mar naufraga em cada praia.
Nunca nos conheceremos
mesmo que o mar
nos invada
mas tentaremos
Maria João,
muito belo!
a linguagem secreta de quando fala o coração de todas as coisas...
beijinho doce, querida amiga!
Minha querida
Quantas vezes a alma grita silêncios que não queremos ouvir...gritos que não queremos sentir e caminhos que não queremos percorrer.
Como sempre os teus poemas FALAM.
Beijinhos com carinho
Sonhadora
...
E falas tão bem de silêncios no silêncio,de alma, de tudo que vem assim,de dentro como um vulcão...
Teus poemas são.
Parabéns.
Beijinhos,
Linda Simões
Amiga minha,
a beleza deste poema exige o silêncio da palavra para que, desse modo sublimar, a alma que lê a alma, se complemente, fermento e levedura, do acto "de nos sabermos".
Hoje apenas te deixo aquele abraço de quem te admira. Bem-hajas, João.
A minha gratidão ENORME.
Mel
Já tinha saudades de vir aqui.
Amei demais este teu poema. Beijos com carinho
O que a alma grita
E o coração acerta
Faz palavra aflita
Na pena de um poeta.
Às vezes pouco basta. Ouvir, por exemplo.
Mais um magnífico poema. Gostei das tuas palavras, como sempre.
Beijos, querida amiga João.
Olá poetisa Maria João, desejo que tudo permaneça bem contigo!
É perceptível a intensidade dos teus sentimentos na frase que fala na vertigem do mar que naufraga dentro das ondas, é perfeito esta tua belíssima poesia que além de expressar teus sentimentos, expressam também a tua enorme sensibilidade na composição dos versos, parabéns por compartilhar com os amigos tão belos escritos, é deveras encantador este teu espaço!
E ainda encantado por ler tão intensa e bela poesia, me vou deixando a você e todos ao teu redor um intenso e feliz viver, e agradecido por tuas visitas e gentis comentários deixo ainda um enorme abraço e até mais!
Minha querida
passando para agradecer a visita, que sempre adoro e deixar um beijinho com carinho.
Sonhadora
As carícias das brumas cobrem a solidão e os silêncios que seduzem ilhas e que cobrem os ombros de gestos e de sílabas... no interior das pedras está o segredo...
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