Em noites demoradas
Na exaustão aguda dos gritos
Dilacerados e roucos
Imagino-te por nascer
Nas madrugadas infinitas
Escorridas de insónia
Onde a rocha em mim se faz areia
Despedaçada
Eu imagino-te por nascer
E no tacto trémulo
Da minha lua desventrada
Ergo o corpo dorido
Na alma parida
Esvaziada
E choro
Por não te sentir nascido
Por não me sentir nada
25 comentários:
Um grito de desespero, ou a poesia a mergulhar naquilo que nos dói, que nos dilacera...
Maria João, a minha vénia, a sua poesia mergulha no mais fundo de nós.
beijo
Maria João,
gosto muito do que escreves.
És inteira,assim como jasmim em canteiro,como bem disse o amigo Jaime,na sua réplica à Ode de Ricardo Reis.
Um abraço,
Linda Simões
Lindo poema. Esperamos sempre o nascimento deste amor e quase nunca o vimos nascer!
Grande abraço, menina!
demoradas são as noites
tremulamente iradas
porque sentir até doi
quando não sentimos nada
Maria João
onde a rocha em si se faz areia
é aí
o princípio da estrada!
um beijo
manuela
Mais um poema imenso.
Qualquer análise textual será incompleta.
Deixo apenas a ternura de um beijo
Ao ler este seu poema, revi-me em certa situação...
MARIA JOÃO
Uma coisa é certa
-
se se sente nada
é tão grande como tudo
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Setembro de 2010
Maria João, por favor, não peça desculpas. Adoro ler seus poemas, seus textos e você sabem bem disso.
O facto de rever-me, de certa forma, ajuda a enfrentar e seguir em frente. Por isso, muito obrigada.
Lindo!
Em noites demoradas embalo-me na tua poesia.:0)
Beijinho de Sol*
.
. o alcance é e será sempre um compasso de espera .
.
. onde só se des.espera se não soubermos .a.m.a.r. .
.
. um beijo .
.
Maria João, muito linda essa postagem. Sua sensibilidade flui e se mistura com os versos. Adorei.
Um beijo com carinho.
Manoel.
bom dia!!!
fez-me preazer ler o teu comentario e saber que ainda te lembras de mim, sinceramente fez-me prazer.
lembro-me, no meu dia a dia, varias vezes de ti, dos teus ensinamentos, das palavras amigas (mesmo se por vezes parecessem "ralhetes" mas ajudaram-me a crescer muito), que me ajudam de uma forma ou outra a ser o que sou hoje.
eu ando be e contente, sinceramente encontrei o meu canto cheio de "pequenos detalhes", onde me inseri e integrei bem.
trabalho numa oncologia que muitas vezes aprendo coisas importantes que nunca se ouvem falar nas aulas.
como andas? novidades?!
espero tudo de bom para ti, e um beijinho do eterno aluno
joao paulo
Belo e profundo
Se dissesse mais
estaria a violar o seu silêncio
Bjs
Lindo Maria João... sinto-me tão pequena perante tamanha grandiosidade.
Beijo imenso!
É nas madrugadas infinitas que os gritos se despedaçam e as luas se dilaceram. E é nas noites demoradas que as almas se esvaziam em exaustas insónias dos sentidos...
Minha querida
Estou voltando e estou melhor.
Obrigada pelo carinho que deixou em palavras que aquecem a alma.
Beijinhos com carinho
Sonhadora
Maria João,
gosto mesmo do que escreves:
"Turva, se desenha a curva
do meu corpo
Na lama que o molda
e o alimenta
e lhe toma o pulso e o inflama
E da semente, cresço raiz
e emerjo, alma de gaivota
resgatada pelo sol
Perene flor
Alma solta"
(Vi no blog do Jaime)
Beijinhos,
Linda Simões
Janeca,
Arrepiei-me. Como quase sempre me arrepio ao ler as tuas "mensagens".
Quanta saudade das tuas escritas, dos teus momentos lindos de inspiração...
Tu serás sempre linda, sensível...
Beijinhos, Amiga!
Maria João
Encontrei-a no blog do Jaime Latino e vim conhecer seu espaço.
Felizmente, pois encantaram-me os seus escritos!
Tudo lindo demais!
Virei sempre: sigo-te.
Abraço
Amiga,
a poesia que nos liberta,
beijinhos
Gisele
Maria João,
Belo poema! Senti despertar todas as emoções...
Abraço
AL
Boa noite Maria João,
Um poema denso e profundamente triste, mas muito lindo!
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
Porque é que na profunda tristeza do nosso ser se desenham as mais belas expressões desse sentir? Porque temos de nos desesperar, sofrer as angústias e as amarguras para dar a conhecer o mais belo que temos dentro de nós? Raros aqueles que o conseguem fazer e tu, João, estás realmente magistral no modo como jogando com as palavras no tabuleiro das figuras de estilo, consegues sublimar tudo o que te atormenta. Belíssimo, querida João, belíssimo.
Intenso, Maria joão, mas a dôr vem sempre antes do tudo, não existe felicidade sem dor e vice versa, sempre se alternam e sempre a poesia foi e é uma catarse de esperas e de lutas e por vezes o êxtase...
Beijinhos
Branca
Maria João
Como eu entendo esse grito que é o meu.
E pergunto porque razão cada alma escolhe uns e não outros ventres que melhor se assemelhassem... e não o que contrariamente se permitem sentir...
Será que sentem?!
Porque curiosamente, são essas mesmas almas que aqui, no terreno, guiam cada passo...
pergunto: para onde caminharão?! E porquê?!
Sempre....
(E)ternamente...
Mariz
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