Há tanto se avezou de ti esse vício, de me desnudares com o olhar e, no entanto, nunca te importaste que morresse de frio enquanto deixavas a noite cair sobre os meus ombros cansados. Cansados da tua ausência.
A minha pele nunca foi para ti um canto aconchegante da tua casa. Eu fui apenas um abrigo na perdição de ti próprio.
Dei-me. Dei-te o pouco que fui no nada em que me tornei agora.
É por isso que hoje, [re]cubro o meu corpo com o pudor das palavras que ainda escrevem o meu nome. Com elas, hei de descobrir no peito o desenho de uma nova forma de amar.
14 comentários:
Triste,mas muito sentido como tudo que você propõe aqui.
Abraços nesse início de ano!
Maria João,
As palavras, em si, têm sempre a dimensão adequada.
É tão bom lê-la!
Beijo :)
M.João,
Com as tuas palavras, vencerás a mágoa de estares de pé à porta da ausência...
Fraterno abraço!
AL
M.João,
Verticais e intimas
só as palavras resistem
ao precário sabor das coisas...
Um fraterno abraço!
AL
Há situações na vida que nos fazem repensar a atitude...
Importa sermos leais a nós mesmos.
Um beijo.
num momento despimo-nos
no outro, vestimos novas formas de amar
que nos dão abrigo
um beijo
manuela
Quem não ama, perde-se de si próprio, no outro. Bem visto. Melhor escrito.
E... se nos encontramos, deste modo desnudado na poesia, teremos sempre muito para dar e muito para receber.
Belíssimo!
Um beijo
Havemos sempre de encontrar de uma forma de acreditar. Por mais que tudo doa.
Lindo.
Um beijinho, querida João.
Acostumei-me a ler-te Maria, e aqui deixas - outra vez- a palavra rubra de encantos. Um feliz 2012. Abraço
MARIA JOÃO
Querida Amiga,
... no nada ... que é muito!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Janeiro de 2012
Palavras com vida por dentro
nada é por acaso, dizem... e aqui estão as tuas palavras. límpidas e belas, como sempre. frutos dessa enorme árvore que é a realidade.
um grande beijinho para ti, minha amiga
Rosarinho
Há sempre novas formas de amar, há sempre um mundo por descobrir...
Beijinhos
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