Nem sempre o céu anuncia
a queda da chuva que nos lava;
da tez madura,
a cor velada do sal que nos consome .
a queda da chuva que nos lava;
da tez madura,
a cor velada do sal que nos consome .
Prendemos no sargaço
a dor espraiada numa foz longínqua,
e deixamo-la morrer
abandonada
no cansaço escoado das marés
a definharem-se nos dedos.
Entre versos,
plantamos à noite, o uivo dos lobos
e uma roseira pintada de azul.
Construímos no peito um farol de mariposas
regressadas da colheita de aromas raros,
enquanto desenhamos nas suas asas
um sol amarelo ancorado
a resgatar naufrágios.
a dor espraiada numa foz longínqua,
e deixamo-la morrer
abandonada
no cansaço escoado das marés
a definharem-se nos dedos.
Entre versos,
plantamos à noite, o uivo dos lobos
e uma roseira pintada de azul.
Construímos no peito um farol de mariposas
regressadas da colheita de aromas raros,
enquanto desenhamos nas suas asas
um sol amarelo ancorado
a resgatar naufrágios.
Nem sempre o céu anuncia
a chuva que nos lava,
mas sabemos,
quando já não nos amarga o que choramos.
a chuva que nos lava,
mas sabemos,
quando já não nos amarga o que choramos.
23 comentários:
Poeta
fazes bem lembrar
a chuva que me lavou
sem ter alguém a anúnciar
do muito que se anunciou
chuva não esperada
ainda me escorre
na cara molhada
(ou será uma lágrima
mal contida?)
É exactamente isso minha amiga,
"Nem sempre o céu anuncia
a chuva que nos lava,
mas sabemos,
quando já não nos amarga o que choramos."
sublime forma de o dizeres.
Beijo e o meu carinho, sempre!
Mel
Talvez a nossa alma seja mais generosa do que os céus...
"O uivo dos lobos e uma roseira pintada de azul"... É isso qe escreves à noite, sim.
Mas há também um "farol de mariposas" com asas de sol...
Que dia bonito trará o amanhecer!
Um beijo
Amiga Maria João,
tão lindo, sensível e real!
Obrigada,
beijos da sua sempre amiga brasileirinha,
Gisele
As palavras, sentidas, brotam da alma envoltas em dádiva...
(Já recebi o livro. É a altura certa, pois as férias já estão aí)
Beijo :)
Amiga
É bem verdade que nem sempre a lchuva nos lava a alma; às vezes é chuva ácida, que corroi.
Mas a roseira pintada de azul fará azular os céus, e aí, sim, virá a chuva que nos lava.
Boa semana. Beijinho GRANDE
Olá Maria João, desejo que tudo esteja bem contigo!
Verdadeiras palavras rimadas neste teu belíssimo escrito poético, e de enorme expressividade.
Entretanto o céu nos brinda sempre após a chuva com belos e brilhantes raios de sol, e assim vai secando as lágimas que a chuva lavou!
É sempre muito agradável por cá passar, pois sempre há tão sensíveis escritos teus a nos esperar, repletos de encantamentos, parabéns pelas postagens, sempre com belas imagens!
Sempre agradecido por tuas visitas e comentários deveras gentis, eu deixo aqui meu humilde desejo que você e todos ao redor sejam intensamente felizes, abraços e até mais!
MARIA JOÃO
Querida Amiga,
Nem sempre o céu anuncia
a chuva que nos lava
mas o que nos lava
sabemos que se anuncia
Um beijinho
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 13 de Julho de 2011
nem sempre o céu o anuncia
a chuva cai e não nos sossega..
a vida já não será a mesma, mesmo sem o prenúncio dele, do tempo, será sempre um novo dia que chegará e um alento num saber, talvez, mais ameno...de novas cores, de outros sabores.
Quanta vida, João, por aqui..
Lindíssimo.
beijinho grande, de muita saudade.
dulce
Maria João,
Detive-me no farol de mariposas que nasce no peito. Haverá sempre essa mágica luz que nos indicará um rumo... apesar da chuva!
Beijinhos!
AL
Nas tuas palavras eu sinto tanta emoção!!!
PARABÉNS!
"Construímos no peito um farol de mariposas
regressadas da colheita de aromas raros,
enquanto desenhamos nas suas asas
um sol amarelo ancorado
a resgatar naufrágios."
não digo nada
faço um ponto de entremeio entre cada dedo
e com as patas de ganso ou cão de água
bicho valente, dizem os pescadores
e eles sabem de naufrágios e das dores e da chuva que lava ou não lava
porque eu, leio o poema e releio
são assim os poemas da Maria João
um beijo
manuela
A água da chuva pode ser azul...
:)
Na verdade
nem todas as lágrimas
caem do céu
Minha querida
Como sempre escorre veludo dos teus dedos para acariciares as palavras.Adorei.
Estou voltando devagar e melhorando, agradeço o teu carinho e deixo um beijinho.
Rosa
Qual de nós não traz consigo o talento de tantas intuições?
Cadinho RoCo
Pois, nem sempre... às vezes a chuva é apenas peso. Por isso ainda bem que somos capazes dessa regeneração que nos mantém de pé.
[lindo!]
Beijinho terno e enorme!
.
.
. no en.tanto o céu não precisa anunciar . o verbar que se desfia no ouro límpido .
.
.
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. até restrito .
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. um beijo meu .
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. um bom fim.de.semana .
.
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Obrigada pela visita e pela resposta.
Continuo a apaixonar-me pela sua escrita.
Muito bem elaborado, cheia de sentimentos profundos... como o mar...
Maria João,
o quanto desejaria um pouco de chuva neste momento...
Lindo como sempre, amiga!
um imenso beijinho
Sabemos sempre que quando não nos amarga o que choramos é a emoção feita vida num mar de esperança e luz...
E toda a chuva nos lava e nos conduz ao mar...
Beijinhos Maria João, és linda...
Branca
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