Descias ao fundo do rio
de olhos mirrados,
temendo o discurso dos peixes,
e a boca entreaberta
buscando um outro fôlego
na respiração lenta dos dias.
Do que de lá trazias
nunca me falaste,
mas bastava-me ver-te regressar
da pureza das águas,
[sereníssima]
retomando o caudal da tua vida,
para saber o sentido do canto
que entoava das tuas mãos de silêncio.
Foi assim que aprendi a depurar a mágoa
e hoje adoço de humanidade tudo o que digo.
[a dor, tal como tu, deixo às pedras confiada]
6 comentários:
As pedras
guardam segredos
só falam por gestos
Bj
Por vezes meia palavra basta
Frequentemente o silêncio é tudo
Apenas um reparo, as pedras falam
Ah! no silêncio são feitas grandes descobertas e em tudo há vida, mesmo que achem o contrário.
Em tudo há energia!
Adorei!
bjs
Ritinha
Raízes doces e puras,
onde aprendemos o significado de todos os silêncios.
Nelas depuramos o tempo,
quando o movimento das pedras magoa.
Obrigada, querida Maria João.
Um beijinho amigo :)
É sempre uma "delícia" visitar seu talento.
"E hoje adoço de humanidade tudo o que digo.
Um verso de água. Água da nascente!...
Felicito-te. A tua escrita cresce a cada nova sílaba.
Beijo meu
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