Tão lentos são os gestos
tomados de Outono.
O corpo adormece devagar
rendido ao peso espesso das nuvens
sobre as pálpebras quase fechadas.
Nos ramos das árvores
a nudez tem um segredo
onde te espelhas
onde nada acrescentas
porque tudo se escreve
no ciclo do tempo.
Pegas em duas gotas de chuva
e nelas pousas a alma
e a sombra da tua natureza.
Morres ou adormeces
pouco te importa.
Há um caminho certo
por onde vais devagar
até ao âmago da terra
O lugar quieto
onde nascem as montanhas.
Imagem: Robert and Shana ParkeHarrison- Gray Dawn (2006)
12 comentários:
São mais altas as montanhas que te nascem dos dedos, tão perto do alto eles te levam.
Obrigada pela beleza de tudo o que escreves.
Um imenso beijo de ternura e saudade, querida João
POde morrer-se nesta paz deserta ou voar livre sobre a música dos versos.
Pode ainda viver-se Poesia.
Beijo meu
Nenhum poema me passa ao lado
Mesmo que não me sinta atingido
Me inquieta
o que escreves, poeta
Lindo poema, passei para deixar um abraço
Olá amiga
Palavras enigmáticas que nos marcam, beleza pura.
Parabens é sempre um prazer enorme ler o que escreves.
Beijinhos
Para mim é a mais encantadora estação.Lindo poema,abraços!
No Outono
voam as folhas do chão
Belíssimo
Bjs
Chego a PEQUENOS DETALHES e leio formidável poema, nos mostrando o outono, depois de encantar com o "ponto a ponto se escreve um conto"...Hei de voltar, Maria João.
Um abraço!
Maria João,
como adorei este teu poema!
beijo, querida amiga!
Prefiro a outra face das montanhas, donde brotam nascentes de inquietude.
(As palavras, Maria João, escorrem por entre os seus dedos com uma cumplicidade impressionante)
Beijo :)
De uma beleza intensa,
Sempre chegam os dias sombrios
Somos tomados como as folhas no Outono,
Certa a estrada…
(mas quem sabe nesse lugar, renascemos numa semente de Sonhos?)
Bela tua poesia, tocou-me.
Beijo
Bom ser como uma gota de chuva e servir de chão à tua poesia. e amizade.
saudades, querida amiga. e muita, muita admiração
beijo
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