Este é o tempo de envelhecer árvores
Há no chão o reboliço das folhas que se despedem
Vão com o vento, expulsas de ramos e raízes
E embora cansadas, secas e tristes
Giram sobre si a cortar silêncios
Assim se elevam em cada fim de tarde
Deste tempo de envelhecer árvores
Deste tempo de envelhecer árvores
Numa persistente dança de renúncias.
13 comentários:
O teu poema rima com o outono da alma. Até o outono poder ser belo. Assim tão belo.
Beijo enorme
Renunciar - um verbo de envelhecer?!... Talvez, ainda que, mesmo as folhas mortas, sejam húmus a uma nova primavera.
Beijo
Só para dizer quão belo é o poema e por isso quando mais escrever sobre ele, menos belo se tornaria na cirurgia das minhas palavras.
Gosto imenso do Outono, mas Setembro é já, há alguna anos, um mero prolongamento do próprio Agosto, ultimamente menos quente que Setembro.
AS folhas amarecelecem e ha quadros bonitos enviesados com um calor que nao se queria assim...
Gosto da música de fundo e repito da beleza do poema.
BJ amigo
Se olhares para mim
Não me verás assim
Minha folha é perene
Persistente
Como a Minha Alma
Avessa ao fluir das estações
Avessa a todas as renúncias
Olha para mim
Árvore que se quer vestida
Minha querida
Hoje passando para oferecer o meu selinho de 3 anos de blogue,uma fatia de bolo e uma taça de champanhe e agradecer o vosso carinho que foi o que me fez chegar aqui.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Que poema lindo! É a vida, que vontade de sentar neste banco e sentir o vento, aceitar o meu tempo.
Beijos
Lindo, lindo, Maria João! Adorei... Beijinho enorme.
Por alguns instantes parei observando a sua slidebar e percebí algumas semelhanças de gosto nos detalhes:)Do post-acredito que em toda grande mudança há renúncias e a natureza com seus ciclos é prova disto.Abraços,
"Este é o tempo" de ser estrada de outono
redemoinho de ocre e asfalto
a sonhar memórias de poentes.
"Este é o tempo" de ser folha solta
a erguer-me de mares de tempestade.
Já te disse que adoro a tua escrita? :)
Beijinho, Maria João. Bom fim de semana :)
É o ciclo da vida, feito de renúncias...
o tempo de mudança
este é o Tempo.
gosto da tua poesia,
muito bela!
Beijo
As folhas soltas são inspiradoras, com o senão de lembrarem efémeras borboletas, mas de uma só tonalidade. Mas sempre sinais a reter, esvoaçares divagadores de fim de tarde...
Beijo :)
Este é o tempo das folhas em fim de tarde, onde os silêncios dançam num persistente reboliço de vento...
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