Na
circunferência da terra, grande é a vinha e nela se contorcem as cepas, amparadas
pela espera dos cachos.
Oiço-lhes
os carpidos, dissolvidos no assobio do vento e ajeito-lhes as parras de luz e
de sombra.
Generosas,
pedem-me que beba do bago, a transparência do sangue que lhes adoça a grainha e
eu sinto em mim, o calor do néctar que nos une em pertença.
in: Do outro lado do espelho, (2011:p 60 )
6 comentários:
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Penalizo-me de não ter teu livro
Tão atual, tão "nosso", nesta vinha sempre carpindo esperas.
Beijo meu
Maria João,
Quando te exalas em palavras, antecipas a prova do mosto!...
Belissimo texto!
Um abraço e um bom domingo,
AL
Servido na pele, o néctar da feliz embriaguez dos amantes...
Adoto a tua escrita.
Beijos.
Maria João,
Poderia falar do sabor das coisas simples e naturais, mas iria sempre ter à mesma fonte, à tal onde se abraça a vida...
Belo!
Beijo :)
Maria João,
nunca diria melhor que o AC, está ali toda a essência da vida...que tão bem entendes e sentes.
Voltarei.
Bejinhos
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