Margarida Cêpeda
Imóveis sob o pó, descansam agora os espaços e os gestos,
como extensões permanentes dos corpos
que neles se moveram. Trajectos maiores que a própria vida.
Ouves-lhes as
vozes enquanto passas, e sentes acordar do silêncio o nome certo das coisas que
julgavas teres esquecido. Esta é a casa que tem o coração nos teus olhos, e onde
permanecerás sempre menina dentro dos seus braços. Já não existe tristeza aqui,
antes um colo onde a saudade se aninha com fome de reencontro, e a tua alma não se sente só.
Existe um mundo nesta casa onde cresceste. Um mundo dentro de
outro mundo, tão infimo quanto a terra perante o universo inteiro, tão
particular quanto o movimento em que te respiras. Daqui nasceu o chão para tu
seres caminho e todas as florestas com que te cruzaste depois, não foram mais
do que atalhos para regressares aqui, a este abraço da memória.
13 comentários:
Olá Maria João, desejo que tudo esteja bem contigo!
Belo escrito e como de outras vezes cá estão teu sentimentos expressos. Tua sensibilidade me faz retornar por estes atalhos e regressar ao abraço de minha memória e todas as lembranças deveras belas que me faz bem. Parabéns por este belíssimo escrito poético, pelas imagens e tudo neste teu lindo espaço.
Assim agradecido por tuas visitas e amizade eu desejo a você e todos ao redor um viver de intensa felicidade, abraços e até mais!
Abraço-te nesse abraço, amiga...
Até já ;-)
Ai dos que não retêm a memória
para outros amanhãs
Ai dos que não amam
"O abraço da memória" ao sentir e ao ser, no nosso melhor provir.. Belíssimo amiga tudo o que aqui representas de Vida..muito mesmo.
Um abraço de muita gratidão, amigo!..
Dulce
É bom sentir o abraço de tudo o que nos trouxe a hoje.
É de paz este momento. De uma paz doce e profunda.
E depois, claro, há a beleza da tua escrita, que tudo engrandece.
Beijinho imenso, João
Minha querida
É nas nossas raízes que muitas vezes encontramos um eu perdido de nós.
Tinha saudades de te ler...adorei e deixo o meu beijinho com carinho.
Sonhadora
Querida Maria João,
A memória das nossas raízes está sempre no retorno a um lar eterno, a um colo que nunca se perde.
Belíssimo o teu texto.
Beijinhos
há abraços que nos abraçam por dentro de nós; há poentes que se levantam das esquinas do tempo e nos revelam o início do verbo.
bem-hajas, minha amiga. tão belo este texto...
beijo daqui
Mel
Ao ler seu poema, recordei como senti o "abraço" ao retornar à casa da minha infância.
A memória segue sempre os caminhos do coração e é nela onde cada coisa toma seu devido lugar.
Grande Abraço poeta,pois estarei me ausentando pelos próximos dias.
Maria João,
As memórias são fundamentais, e abraçá-las não é mais que um recarregar de baterias, a procura do sorriso que às vezes se dilui noutras estradas...
Beijo :)
Já não existe tristeza aqui.
As memórias ficaram as belas decantadas, coadas.
Memórias apenas as purificadas, têm lugar no meu coração.
Como regressar aos lugares felizes da minha infância.
Como sempre, lindo!
Excelente, Maria!! A cena é ótima e nos permite, leitores, as nossas saudades...
Abraço,
Rafael
Desce Mais Uma!
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