Já é tarde!
Fecha o portel que nos abriga
e vem comigo,
açoitar a noite malfadada,
espantar os corvos e a penumbra
e aqueles que de lava quente se alimentam,
enquanto nos lamentamos.
Já é tarde!
Fugiram as horas e o cantar das cigarras
e a luz vestiu-se negra,
consumida pelo nada.
Deitemo-nos nas cinzas mornas,
será aí, confinados à mais pequena ostra
e no tremor do corpo em convulsão,
que faremos a inversão do tempo
e por entre as nesgas do sol,
renasceremos pérolas raras
enquanto de mãos dadas diremos
Está na hora!
1 de julho de 2010
Metamorfose
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17 comentários:
Olá Maria João
Um maravilhoso poema, bem ao meu gosto, ambiguo qb que nos deixa a pensar no que está escrito nas entrelinhas, isso para mim é que mais me encanta e já agora para terminar
"por entre as nesgas do sol,
renasceremos pérolas raras
enquanto de mãos dadas diremos
Está na hora!"
Lindo...
Beijinho
Belo o teu poema M.João!
Por entre as cinzas mornas, após se apagar o sol e a lua, sob um céu ainda vacilante, será a hora de ver a face que é luz sobre as últimas nuvens...
Beijos e bom fim de semana!
AL
Com um beijo
Tenho selo para ti
maria João gosrava de colocar o seu blog nos mesus favoritos.
beijos
Há uma força contagiante a sublinhar cada verso!
Poema semeado de renovação...
Lindo!
Beijinho terno
Boa noite Maria João,
um encanto de poema, toda a profundidade do ser e sentir em tão poucas linhas, lindíssimo!
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
Muito bom, muito bom mesmo!
Bjs
Amiga,
lindo, eterno e cheio de vida.
beijinhos no coração,
bom final de semana
obrigada
Gisele
A hora se faz.
Que vamos nós.
Recuperadas as forças (assim parece), que me estão a permitir, lentamente, visitar os blogues amigos, aqui estou a dar-lhe um grande abraço e a desejar-lhe um bom Domingo, pedindo desculpa pelas ausências.
Quanto a este poema só me ocorre dizer, Maria João, que se existe um raio de luz entre os astros (estou a socorrer-me de Fernando Pessoa - Livro do Desassossego)"Metaformose" é esse raio.
Bom Domingo.
Agradeço as palavras carinhosas que tem deixado na minha cubata.
Beijinhos
Sempre profundos sem que a suavidade se perca em nenhum momento. Assim são os seus escritos que me encantam.
A anáfora desdita no último verso a sustentar a metamorfose!
Um beijo
Do poema e mais além: tu.
O muito que te poderia dizer, fica aqui naquilo que não digo, porque iria ser sempre menor e muito mais pálido que o brilho das tuas palavras. E tu sabes o quanto gostei deste poema, Joãozita :)...
Beijo, Mel
Que poema! Quantas leituras!
Grande beijinho.
Gosto sempre dos teus poemas, mesmo quando aqui passo de mansinho, sem dizer nada!
Mas agora parei que esclarecer: andei no Liceu D. Pedro V. Não me digas que tu também lá andaste!
Bjs
Maria João, amiga
O teu poema causou-me uma sensação estranha... não consigo explicar-te.
Talvez eu hoje (agora) esteja particularmente sensível. Acabei de ter um aborrecimento que me magoou muito - um comentador foi injusto comigo, e isso doei-me tanto! Respondi-lhe lá mesmo na minha CASA; se tiveres curiosidade vai lá ver.
Mas... voltemos ao teu poema, que é o que interessa.
Como estava dizendo causou-me uma espécie de angústia.
Claro que a poesia permite muitas interpretações, dependendo de quem a lê, "os olhos" com que se sente, até a maneira de encarar o mundo e a vida pode influenciar como a interpretamos.
Não sei porquê senti em ti um certo desencanto... mas, lá está, sou eu a ver com os meus olhos e a disposição de momento.
Seja como for, independentemente de tudo o que eu possa dizer, é um belíssimo poema. Parabéns! E obrigada por este lindo momento.
Boa semana. Beijinhos muito amigos.
PS - Ainda não vou de férias, só em meados de Agosto. Até lá é praia, praia, e... praia :)))
Lindo, lindo, como sempre vc sabe encantar todos que aqui passam
Beijos e uma linda noite
Boa noite Maria João,
Quando puder passe na minha Galeria de Selos, há lá um selinho para si.
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
Está na hora quando as mãos se tocam por entre as nesgas do Sol, quando as pérolas fazem da inversão do tempo as camas de cinzas mornas... espantando os corvos e as penumbras ....
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