Desenharam-me imensa
Para embalar com o olhar a dor que te aperta,
Traço negro e redondo
De todos os contrastes e assimetrias,
Desassossegos e lagos de solidão
Feitos marés e maresias.
Aí flutuo em vagares e assombros,
Rasgando nas tuas pálpebras
O traço preciso de um ténue sorriso ,
Brisa de todas as manhãs .
Desenharam-me imensa
Para partir vida fora,
Pé- ante- pé, dentro do meu corpo
Alma sem bússola
Barco sem porto
À procura da esperança
Que haverá de salvar o mundo ,
Sinal rarefeito
No olhar límpido e perfeito, de uma criança
12 comentários:
Simplesmente maravilhoso este poema, na sua tristeza real.
beijinhos
Sonhadora
Um poema lindo, Maria João, porque a fizeram com alma de poeta, cheia de esperança.
Um beijinho e bom resto de semana.
Já tinha intuído que te desenharam imensa, mas tenho a certeza que a tua alma tem uma bússula e por ela te guias.
Bjs
Minha amiga,
a mim não sei como me desenharam, mas quem dera seja "criança" a quem abrigas em colo ...
Do poema?
Que dizer se não: és IMENSA!!!!
Beijo, Joãozita.
Mel
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b
e
l
.
í
s
s
i
m
o
.
. que se rare.faça a esperança .
.
. por en.quanto .
.
. o sonho alcança .
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. um beijo,,, maria joão .
.
. paulo .
.
Amiga minha
O teu poema é tão... cheio, tão imenso, que se torna difícil dizer algo mais do que: adorei!
É que ele já diz tudo, e qualquer coisa que se acrescentasse...estragava.
Tu sabes quanto eu gosto da tua poesia (tenho o "tal" poema gravado e vez em quando passa-me debaixo dos olhos...), e a cada dia que passa parece que gosto ainda mais.
Parabéns, minha querida, e que esta tua esperança não esmoreça nunca.
Beijinhos mil
Maravilhoso, Maria João!
Imenso este sentimento maternal num mundo onde faltam tantas mães e sobram tantos filhos.
Um beijo meu
A esperança é mesmo, como diz, a "brisa de todas as manhãs".
Nunca é de mais falar dela, estimulá-la, acariciá-la...
Não conhecia este espaço, mas gostei.
Bjs
Não há palavras para classificar a beleza do sentimento que pões nas palavras...leio-as com tanta atenção, tal como ouço as que me dizes!
Obrigada por teres esperança e por seres esse desenho que levo sempre comigo.
**Mana
O sonho não tem limites, podemos desenhá-lo imenso, ir ao fim do mundo através dele (sonho), manobrá-lo, adaptá-lo, recriá-lo... o pior é o outro lado do sonho, aquele que é feito a traços negros em desenhos sem cais rasgados em desassossegadas marés e maresias de assombros...
Boa noite Maria João,
o poema traduz a tristeza no olhar deste pequenino e indefeso Ser... Sublime!
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
A esperança salvadora é, actualmente, um ponto na imensidão...
Só está ao alcance de quem é imenso como a autora deste belo poema (mais um).
Beijinhos
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