Devolvo à terra
O saber sedento da água cristalina
A fecunda criação verdejante
A fresca brisa envolta em neblina
Devolvo à vida
A utopia presa em voo alado
O lamento feito choro suplicante
O presente inteiro gasto em passado
Devolvo-te meu amor
O soneto febril, verbo imperfeito
A carícia colada à pele, viajante
O desejo que esculpiste no meu leito
Devolvo-me
Ao prazer de mergulhar em seiva minha
À recusa de saber-me degradante
À triste sorte de me sentir sozinha
Depois…
Lanço a alma ao mar e me liberto
Num acto insano, demente
De querer sorver-te mundo, tão impuro
Renascendo na maré, sentindo gente
15 comentários:
Hermoso poema..
Un gusto siempre leerte..
Perdón por mi ausencia siempre es un gusto visitarte..
Un abrazo
Con mis
Saludos fraternos de siempre..
Que tengas un buen fin de semana...
É lindo e profundo. Uma arte...
Quando a maré se renova traz sempre com as novas águas murmúrios de uma distância feita de passado presente, sentindo que o futuro não é mais que o verbo imperfeito que nos faz lançar a alma ao mar... e libertar assim os sentidos...
Muitos beijinhos! Bom fim-de-semana!!!
Maria João.
Devolvo, devolvo-me, depois...Lanço a alma ao mar e me liberto...renascendo na maré, sentindo gente.
Encontro neste poema um viajar, com presentes, pelo passado e futuro, ao jeito do traço genial de José Saramago.
Quanta beleza, vida e querer há nas suas palavras!
Se me permite, vou levar este poema comigo e guardá-lo no meu Livro de Encantos.
Beijinhos e bfs
Lindo minha amiga. Suas poesias sempre tão belas me fazendo voar. Sentindo as palavras a me envolver.
É tão bom quando nos encontramos... nos devolvemos a nós mesmos. Essa é uma experiência sem preço. Sentir que estamos totalmente libertos! Libertos de: preconceitos, pessoas, amores que nos roubam, sentimentos, vícios... apenas ser gente sensível. Gente que ama a verdadeira liberdade.
beijinhos
Gisele
Este será um dos teus melhores poemas que já li.
Acho-o excelente e gostava de ter sido eu a escrevê-lo...
Querida amiga, bom Domingo (aproveita o sol...).
Um beijo.
.
. e eu? .
. eu? .
. eu devolvo.me aqui .
.
,,, sempre .
. paulo .
.
Não tenho palavras... É lindo!
Maria João,
Lindíssimas as "imagens" poéticas que nos mostras...
...A utopia presa em voo alado
O lamento feito choro suplicante
O presente inteiro gasto em passado...
Muito, muito bonito, este poema.
Beijinho
Maria João,
uma sublimação da poesia, parabéns!
Beijinhos,
Ana Martins
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Algumas vezes, precisamos lavar os ferimentos com escova e sabão... Dói, mas, nos livra de qualquer futura infecção.
Belíssimos versos tristes!
Beijos de luz e o meu especial carinho...
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Ao ler fez-me recordar "Miguel Torga"
Bonito.
E nas tuas palavras libertei-me e ganhei asas para voar...
Lindo
Gostei muito deste momento
Bj
Luis
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. re.volto para deixar um beijo abraçado .
. e o meu amplo carinho . maria joão .
.
. paulo .
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Maria João
Acreditas que não sabia que "me tinha escapado" este teu post?
Vim cá - já nem sei quando... - li, mas não comentei na altura (muitas vezes acontece isto, porque venho muito tarde, tipo meia noite, ou mais), e pronto: varreu-se-me, como diz a outra.
Mas...mais vale tarde do que nunca.
É um belíssimo poema, sem dúvida.
Agora, que o reli, ainda gostei mais do que da primeira vez.
Agora vou para o seguinte...
Beijinhos
Mariazita
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